terça-feira, 13 de novembro de 2012

Até que vença o touro

E assim do nada sinto que me puxaram o tapete.
Fizeram-me recuar um ano, pôr em pausa os meus sonhos e trabalhos, arregaçar as mangas e "enfrentar o touro pelos cornos". Tenho medo... já tinha dito isto a alguém?
Sinto-me incapaz, menos do que alguma vez pensei ser. Desde sempre que achei que esta fase da vida estava garantida, porque dependia apenas da minha capacidade, e dessa nunca duvidei. Agora que sou confrontada com o que a minha falta de empenho e brilho me deixaram, interrogo-me se alguma vez fui tão boa como me fizeram crer/querer (ser).
Não é dramático que aos 22 anos tenha que esperar um ano para continuar o meu percurso profissional, mas visto da minha impotente posição parece que vai alterar o rumo de toda a minha vida. Se calhar é mesmo esta mudança de rumo que preciso... talvez daqui advenham coisas maiores e melhores... (isto sou eu a pensar fora da caixa) ou apenas venha uma nova Violeta, mais humilde, menos segura das suas capacidades e portanto mais pronta a aprender.
"Insiste e persiste, não te contentes com as sobras!", disseram-me quando me preparava para começar a desembrulhar o imbróglio em que me meti - com este abalo na auto-estima é muito complicado exigir o melhor, quando sinto que nem as sobras seria capaz de comportar. Mas lá está, "as circunstâncias não alteram a essência" - disse quem me conhece bem demais - e se hoje estou sem voz, porque o meu sistema nervoso está a fazer concorrência ao Crash de '29, amanhã tenho que conseguir fazer-me ouvir.
Das 22 horas até às 8 horas do dia seguinte tem sido a minha parte favorita do dia... A essa hora não posso resolver nada, deixo as coisas seguirem o seu curso enquanto me enrolo numa manta e leio um livro fantástico sobre uma paixão que me tolda a razão e me faz viver  na pele da personagem principal, até que a exaustão me vença.
Os dias têm sido batalhas constantes, entre o que é o que devia ser, entre o que fiz e o que devia ter feito, entre o que não sabia e o que não achei relevante. São momentos cansativos que me vão consumindo, culminando no momento de exaustão noturno, Essas batalhas enfrentarei até que o touro se subjugue, e eu lhe possa passar por cima e seguir o meu caminho.

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